Dia 4 de dezembro às 16h30 no Teatro Cine de Pombal
POMBAL
BOM ANFITRIÃO é o novo espetáculo da coreógrafa Filipa Francisco, sobre o tema das
alterações climáticas. O projeto, resultante de um convite da Artemrede, conta com a participação de quatro artistas.
Iza da Costa, Luís Coelho Graça, Nuno Reis e Mariana Tengner Barros. Têm distintas
experiências e formações, estão ligados à dança, ao teatro, à música e também às causas
sociais. São eles os anfitriões deste espetáculo.
O bom anfitrião é aquele que acolhe bem os seus visitantes. Bom anfitrião é aqui, também,
aquele que partilha o seu conhecimento e as suas memórias de cada lugar. Através das
memórias e experiências destes quatro intérpretes propõe-se uma viagem por diversos lugares, por espaços que fundem o real e o fictício, entre a dimensão política e a dimensão poética.
Será que a dança pode ser um motor de mudança?
Para a criação do espetáculo foram feitas residências artísticas em Santarém, Palmela,
Sesimbra e Montemor-o-Novo. O processo teve como ponto de partida as perguntas que
François Matarasso, investigador ligado à arte participativa, faz às comunidades com as quais trabalha: “O que torna um lugar especial?”; “De que queremos falar?”; “O que queremos mudar nas nossas comunidades?”.
No contexto das alterações climáticas, desenvolveram-se trabalhos de investigação e de
experimentação que partiram das reflexões do filósofo Roman Krznaric, em particular no seu
livro “The Good Ancestor”, no qual propõe que se pense mais profundamente e a longo prazo,
tendo em conta o legado a deixar para as gerações futuras.
Foram feitas visitas a locais em risco ambiental e a locais paradisíacos, caminhadas e
conversas com ambientalistas e com representantes de diversas comunidades.
Cada um dos artistas cocriadores trouxe as suas perguntas e as suas propostas de matéria a
trabalhar. E uma mala metafórica de onde saíram, por exemplo, uma história da Guiné-Bissau
sobre a forma de estar e de lidar com a natureza; um modo muito próprio de se ser numa região como Sesimbra; e uma proposta de Sentir. Foram levadas coisas que desencadearam perguntas. As perguntas foram colocadas aos corpos e dos corpos vieram novas perguntas, num jogo de espelhos que se estende aos espectadores. E tudo culmina na grande questão: o que podemos fazer para adiar o fim do mundo?
Texto: Levina Valentim
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