2024/11/05
O Município de Pombal divulgou recentemente o balanço de três anos de mandato
iniciados em Outubro de 2021, data em que segundo o documento se terá iniciado a
construção de “uma nova ambição para Pombal, com base num legado sólido de
desenvolvimento integrado do nosso concelho ao longo das últimas décadas”.
Pondo os olhos somente na década de 2011 a 2021, um dos dados que mais salta à
vista é o decréscimo da população do concelho em cerca de 7.4%, algo que assume
proporções ainda mais inquietantes se observarmos os dados das freguesias mais a
leste como Abiúl, Vila Cã, Redinha e a UF de Alítem, com quebras bem superiores a
10%, para além de terem população e aldeias muito envelhecidas.
São estes os sinais de um “legado sólido de desenvolvimento integrado”?
Lendo com alguma atenção este documento e os feitos alcançados durantes estes
três anos, é fácil perceber algo bastante inquietante, este executivo quer fazer tudo ao
mesmo tempo sem uma estratégia definida e sem o enquadramento sectorial
correspondente.
Foi construído por 556.000€ um campo de treinos de futebol, sem balneários, em relva
sintética com borracha (material muito poluente), em zona de cheia e isolado da zona
desportiva.
Foi remodelada a pista de Atletismo do estádio municipal por 109.000€, numa
infraestrutura que necessita de muitas outras intervenções nomeadamente nos
balneários, sem que exista um projecto para essa intervenção global ou uma
estratégia respeitante à pista coberta e ao corta-mato que permita afirmar Pombal
como a capital nacional do Atletismo.
Foi adjudicada a construção de uma arena desportiva (campo de jogos de areia), por
172.500€, junto ao parque do Açude, sem que exista um clube interessado na sua
exploração e manutenção. Em vez desta bizarria deveria ser aí colocado um campo
dedicado ao basket, com diversas tabelas, permitindo actividade física mais
abrangente em termos de utilizadores e durante todo o ano.
Foi anunciada a execução de um novo apoio de praia com um custo estimado de
700.000€ para valorização da praia do Osso da Baleia, sem que o projeto do Ecomatur
avance ou sem que se conheça algo sobre o projecto de valorização e conservação
das zonas húmidas.
Foi terminada a obra de construção do Explore Sicó depois de muitos milhões gastos,
estando prevista a inauguração do espaço algures para meados de 2025. Falta a
concepção de um plano estratégico para a freguesia da Redinha e zonas envolventes,
que permita potencializar este equipamento em ligação a todo o património natural e
cultural existente, com o envolvimento de toda a população.
Os exemplos mencionados a par de um despesismo absurdo que apenas procura
garantir entretenimento, levam a que a concelhia do CDS-PP esteja a preparar uma
alternativa credível e robusta que consiga contribuir para um próximo mandato
autárquico mais benéfico para o território.
Queremos investimentos que correspondam a necessidades reais dos Pombalenses,
que façam parte de uma estratégia bem definida, planeados e ponderados, com o
custo necessário e sem despesismo. Não queremos investimentos efectuados só
porque é necessário gastar fundos comunitários ou atingir os ODS’s (objectivos de
desenvolvimento sustentável).
Queremos investimentos que ajudem a realizar dois objetivos, fixar população e criar
riqueza. A felicidade efémera e a actividade cultural são importantes mas por si não
podem ser o foco principal de uma Câmara Municipal como Pombal, com 626 Km2,
51178 habitantes e 51 milhões de euros de orçamento. É preciso mais e melhor!
Telmo Lopes
Presidente da concelhia de Pombal do CDS-PP