2025/04/17
A primeira reação foi de completa frustração, de sentir que o mandato que tinha sido atribuído através do voto há um ano tinha sido traído. Principalmente num momento internacional tão instável e imprevisível.
A sucessão de jogos táticos por parte dos partidos, a ausência de sentido de serviço público, a incapacidade de negociação para chegar a consensos e, acima de tudo, alguma infantilidade por parte de agentes políticos, surpreenderam-nos a todos.
É nossa convicção que os portugueses, ao não darem uma maioria clara a nenhum partido, queriam que os partidos dialogassem uns com os outros. Isso não aconteceu.
Refugiei-me no ativista cívico Martin Luther King (MLK) quando refere “aquele que aceita passivamente o mal está tão envolvido nele quanto aquele que o ajuda a perpetrar. Aquele que aceita o mal sem protestar contra ele está realmente cooperando com ele.”
E é esse sentido cívico que deve prevalecer. Ao invés da repulsa a tudo o que é política, devemos envolver-nos mais, em movimentos de cidadania ou como simples cidadãos, como forma de regeneração dos agentes políticos.
Há muito que se fala na alteração da lei eleitoral onde passam a existir dois círculos eleitorais: um nacional onde concorrem os partidos nacionais e pequenos círculos eleitorais onde podem ser eleitos cidadãos sem estarem vinculados a qualquer partido político, modelo este que defendo e que vai ao encontro a essa regeneração. Este modelo já foi apresentado pela SEDES (Associação para o Desenvolvimento Económico e Social) e pela APDQ (Associação por uma Democracia de Qualidade) e discutido na Assembleia da República. Parece que foi dotado ao esquecimento… Defendemos também a garantia da proporcionalidade dos deputados eleitos pelos portugueses estrangeiro, dos atuais 4 para 30.
Vamos acompanhar este período eleitoral inesperado com serenidade, esperando que haja maturidade para a discussão das propostas dos partidos e não ceder ao tom acusatório, para que haja mais uma vez, participação eleitoral.
“O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons.” MLK
Luis Couto
Pombal Independentes