2025/05/11
A palavra Egoísmo é um substantivo masculino que caracteriza uma pessoa pela hipervalorização que faz das suas opiniões, interesses e necessidades, desprezando as necessidades alheias; assumindo assim um individualismo extremo, uma grande falta de altruísmo e o desprezo por compromissos morais com o próximo.
Os sete pecados capitais são quase tão antigos quanto o cristianismo sendo a formulação original atribuída ao monge Evágrio Pôntico (345-399), o qual viveu os últimos 14 anos da sua vida em solidão no deserto do Egipto, entregue à reflexão e à escrita.
Essa lista ganhou contornos oficiais no século VI, quando o Papa Gregório I (540-604), tomando por base as Epístolas de São Paulo, definiu como sendo sete os principais vícios de conduta.
O responsável por apresentar a versão que conhecemos hoje, foi o frade católico S. Tomás de Aquino (1225-1274) que fez uma revisão das listas anteriores e apresentou a lista atual dos sete pecados capitais: ira, soberba, inveja, luxúria, preguiça, avareza e gula.
O egoísmo está de alguma forma presente em alguns ou mesmo todos estes comportamentos que todos nós já experimentámos, mas também se faz notar nas actividades mais simples do nosso dia. Quando conduzimos sem respeito pelo próximo ou pelas regras de trânsito, quando ouvimos música com volume excessivo, quando não escutamos o desabafo de um amigo, quando insultamos alguém ou espalhamos uma mentira, estamos a desrespeitar o próximo e de algum modo a ser egoístas.
No início desta semana, Portugal, Espanha e alguma parte de França sofreram um apagão. Foram horas de alguma apreensão e de tarde livre, pelo menos para alguns. Muitos cidadãos, talvez alguns milhares, foram apressadamente abastecer as suas viaturas de combustível e as suas casas de tudo o que pensaram que lhes podia fazer falta caso aquela situação perdurasse por alguns dias. De forma completamente irracional e egoísta encheram as suas despensas de latas de conserva, papel higiénico, água e outros víveres que darão para várias semanas.
E os outros?
Somos, na generalidade escravos de uma sociedade consumista que nos impõe padrões de comportamento em que o próximo ou o interesse comunitário pouca importância têm.
Seria bom que todos nós tivéssemos consciência que a capacidade de transformar uma sociedade nos pertence, pelos nossos comportamentos e acções.
Veja-se o caso da corrupção, bandeira eleitoral explorada até à exaustão, como se nesse crime estivessem as causas de tudo o que de menos bom existe na nossa sociedade.
Quantos de nós já pedimos favores para aceder a algum serviço público, aprovar um projecto ou receber um benefício, sem se preocupar com o facto de que dessa forma estamos a passar à frente de alguém que pode precisar mais que nós.
Se cada um de nós der o seu contributo para essa transformação, com maior ou menor dedicação e envolvimento, conseguiremos construir uma sociedade mais fraterna e justa como o Papa Francisco nos pedia.
O voto é importante e até fundamental mas a participação cívica não se extingue nesse acto de cidadania mais ou menos consciente e informado.
Seja dia 18 de Maio ou nos outros dias do ano não se abstenha de participar na construção de uma sociedade melhor, por si, por Todos.
Telmo Lopes
Presidente da concelhia de Pombal do CDS-PP