Telmo Lopes: A Floresta

No passado dia 23 de Novembro o Município de Pombal promoveu uma ação de reflorestação no talhão 129 da Mata Nacional do Urso com a plantação de mais de 1000 árvores autóctones. 

Esta iniciativa anunciada como “mais um passo fundamental  para a preservação e recuperação do património natural” é simplesmente uma pequena gota na imensidão desta Mata Nacional. Este prolongamento natural do Pinhal de Leiria que ocupa uma faixa litoral de 14.5km entre a Leirosa (a Norte) e a praia do Pedrógão (a Sul), ocupa um total de 6102,46ha, grande parte deles no Concelho de Pombal.

Às árvores agora plantadas desejo melhor fim do que aquele que tiveram a maioria das plantadas no talhão 88 numa ação semelhante e que padeceram devido ao abandono a que foram sujeitas.

Sei que a reflorestação desta área não é uma responsabilidade de nenhum dos Municípios envolvidos, no entanto, se o executivo liderado por Pedro Pimpão quer realmente ser um exemplo e ficar na história, então que peça ao ICNF que lhe conceda mais uns quantos talhões e que invista lá alguns dos milhões que parecem nascer no largo do Cardal, entregando a gestão das áreas reconvertidas a alguma associação de produtores ou empresa do sector.

Na outra extremidade do concelho, na freguesia de Abiúl, está em marcha o segundo projecto de “condomínio da Aldeia” junto à localidade de Brinços, depois do primeiro ter sido desenvolvido junto à povoação dos Ramalhais. No total destes dois projectos o valor investido não chega a 100.000€ numa verba oriunda do PRR, exclusiva para territórios de baixa densidade. Também neste caso ficamos pelo exemplo, diria mesmo na insignificância, perante as centenas de hectares de floresta que está abandonada e que precisa de ser reconvertida.

O nosso território com 626 km2  maioritariamente rural, precisa de intervenção, precisa de apoio a todos os proprietários que estejam disponíveis a investir nos seus terrenos ou a adquirir os adjacentes, precisa de medidas que atraiam investimento na atividade florestal, agrícola e pastorícia, precisa de um Município que considere a reconversão do território um desígnio inadiável e no qual invista alguns milhões de euros.

A ação política é feita de opções e de prioridades. Esta tem que ser uma prioridade do próximo executivo municipal Pombalense e devia-o ser em grande parte do País. É por esta razão que tem sido uma das áreas de maior dedicação da nossa concelhia nos últimos anos e para a qual iremos preparar um caderno de medidas que queremos ver implementadas.

Telmo Lopes 
Presidente da concelhia de Pombal do CDS-PP