António Roque: Lenda do Mouro Al Pal Omar (Pombal)
Os afastados tempos da conquista do território, vivia nas margens do rio das
Quabruncas um mouro chamado Al Pal Omar, este mouro era dono de uns grandes
olhos verdes, de cor da esmeralda traiçoeira, que enobreciam a sua tonalidade
bronzeada, cuja fama se estendia desde as margens do Mondego até aos campos do
Tejo, em vagas de irradiante simpatia e acanhado respeito. Todas as famílias que
tivessem filhas casadouras, procuravam afasta-las dele, porque lhes escolhia as mais
belas e as mais prendadas, para as encantar no seu palácio, com meigas artes de amor,
pois nunca estava completo o seu harém.
mas o reino é governado pelo Príncipe de Al Pal Omar, D. Diogo I.
de donzelas descuidadas, mas dos votos do crente povo do Reino e com esse poder na
mão montou a sua corte que tem governado este reino desde 2013. Os primeiros nobres
dessa corte eram o Vice-Rei D. Pires; A Marquesa Prada; A Condensa das Cavadas; O
Duque das Obras Tortas e o Barão das Parreiras.
Logo nesta corte e passado pouco tempo, ao verificar que para D. Diogo os
nobres da corte serviam só para figura decorativa, pois que até o seu fiel escudeiro o
Pança, tinha mais poderes do que eles o Vice-Rei fez birra, bateu com a porta e nunca
explicou ao povo quais os motivos. Na corte poucos se importaram, pois, estavam lá
mesmo era para garantir as suas mordomias e nada mais. Seguiu-se a entrada do
Visconde Jota, que logo percebeu que iria passar uns anos meramente como figura
decorativa, pois o moço afinal até tem boa figura e iam passeando o seu charme pelas
festas das aldeias. Ele e a Condensa das Cavadas, cada vez mais remetida a figura
decorativa e, diga-se na verdade, decora muito bem qualquer salão de festas e jantares.
Com todo isto a corte lá ia feliz e contente até chegar o fim. A Condensa das
Cavadas e o Visconde Jota foram a sua vida felizes e contentes, pois para eles deve ter
sido um alívio livrarem-se dos maus humores do Príncipe e do seu fiel Escudeiro Pança,
esse sim o manda-chuva do convento. Logo foram substituídos pelo Barão Brilhante e
pela Baronesa da Biblioteca. Se a Baronesa está a fazer bem o seu papel de decoração
das salas o Barão Brilhante logo começou a entrar em colisão com o Príncipe…resultado: Barão fora da corte e agora juntou-se também a Marquesa Prada
que nunca foi figura decorativa, mas altos ventos se levantaram e o Príncipe retirou-a da
corte, o que foi uma pena para os seus súbditos, pois alem de ser uma figura muito
bonita ainda era das poucas a ter competência. Mas como quando o mar bate na
rocha…quem se lixa é o mexilhão a Marquesa Prada não resistiu ás altas vagas do
Arunca.
A corte de D. Diogo anda agora num turbilhão, acusam-se uns aos outros, as
reuniões são autenticas batalhas campais e até o ilustre Imperador Narcisus já anda farto
de tentar acalmar os maus fígados do Príncipe, do Barão Brilhante, da Marquesa Prada
e principalmente do seu protegido, o Mika do Porsche, que não consegue engolir o facto
de o Príncipe ter chamado para a corte o Barão dos Bits e o ter deixado de fora, sozinho
a lutar contra os moinhos de vento. Com tudo isto o Pança, promovido a senhor feudal
do Faval lá anda todo contente a tratar da sua vidinha e a dos amigos. As favas estão a
produzir bem e ele tem tido sucesso com esse empreendimento…Vitória…Vitória e um
dia acaba esta história.
Testo publicado no jornal edição de Agosto
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